sexta-feira, julho 30, 2010

Mistério

Era mais de sete horas da noite. Estava escuro em São Paulo. A rua tinha pouca iluminação.
O semáforo fechou e ela procurava andar o mais devagar possível para não ter que parar nesse semáforo tão suspeito.
E ao mesmo tempo em que brigava com a embreagem para diminuir ainda mais a velocidade, uma coisa a chamou a atenção: um homem parado em frente a um portão.
Não era um portão grande. Era daqueles do tamanho de uma porta que levam à uma longa escada de aceso ao segundo andar, assim como os de consultórios baratos de dentista (fato que a deixou com mais medo).
O homem parecia inquieto, variando o olhar as vezes para o portão as vezes pra rua.
O semáforo continuava vermelho.
Era um homem um pouco acima do peso, com calça clara e cinto marrom.
"será melhor não olhar pra ele ou encarar pra botar medo?" - pensou a medrosa
e o carro quase morrendo de tão devagar, tentava passar ainda mais lentamente pra dar tempo de ver o que o homem estava fazendo.
Não havia mais nenhum pedestre na rua. Cinco carros esperavam o sinal abrir.
O sinal continuava vermelho.
O homem continuava na frente do portão e impaciente no olhar.
E ela pensou: "ok, a bolsa está no chão, o vidro tá fechado e a porta travada"
Foi quando, subitamente, assim que o semáforo ficou verde, a calça cáqui começou a correr, correr, correr...
Ela olhou pra ver se não tinha nenhum ponto de ônibus, nenhum ônibus, táxi... e nada existia.
Ele correu até virar a esquina.
E ela, aliviada suspirou: "NÃO ACREDITO!! um marmanjo desses brincando de tocar campainha e sair correndo..."
Ela foi embora com o carro, mas conseguia imaginar com detalhes a cara daquele homem, logo na esquina, suando e rindo.


quarta-feira, julho 28, 2010

PIPOCA x GENTE

Aprendi esses dias (época de copa) uma técnica para fazer pipoca mais gostosa. Eu, pouco convencida da técnica prefiro chamar de simpatia.
Naquele momento silencioso, nos longos instantes que precedem o iniciar do pipoquear deve se bater na lateral da panela com uma colher. tec tec tec tec tec ....
O ritmo é mais ou menos o ritmo da pipoca estourando
Quando a pipoca realmente começar a nascer deve-se continuar com a colher.. tec tec tec....
Até por fim, acabar o estourar
RESULTADO: Uma pipoca muito mais sonora e saborosa!

A simpatia realmente funciona. É igual a gente:... tec tec tec... Por mais que pareça inútil, se não tiver ninguém ali do lado cansando as mãos de bater na panela ninguém vai lembrar de ver se a pipoca tá queimando.

domingo, julho 18, 2010



Resposta ao monitor da Ciclo faixa do cruzamento da H. Pellegrino com a Santo Amaro

Hoje, quando você atenciosamente perguntou sobre nossa percepção em andar pela primeira vez de bike em São PAulo, e disse pra depois te contar, pensei:
"mas como vou te contar se não vou mais te ver?"
Oras...

Não posso dizer que de bike pude reparar nos comércios, nas flores e nas propagandas mais do que quando estou de carro, por que de carro é tanto trânsito, demora-se tanto a percorrer um quarteirão, que dá tempo e olhar muuuita coisa. Portando, ao contrário do esperado, de bike tudo passou mais rápido!

Por outro lado, nessa condição a gente vê com detalhes as irregularidades do chão. Os buracos e as gotas de asfalto escorrido que nos fazem desviar, parar...
De bike dá pra sentir o clima: o vento frio batendo, o sol fraquinho esquentando...
Pedalando não dá pra fechar o vidro pra abafar o som. Não dá pra se isolar do resto do mundo.
De bicicleta meu mundo é até onde a vista alcança e não até onde os contornos do carro alcançam.

E não seriam essas percepções as mesmas de quando eu andava em Campinas, diariamente, de bicicleta, ou de quando se anda horas a pé?
Sim. Perecem que são as mesmas. Entre São Paulo e Campinas não muda. São PAulo é mais caótica, mais movimentada, mas me perece que as percepções são exatamente as mesmas.

O caminho é que foi inverso: em Campinas era um mundo enorme que se diminuia, e aqui em São Paulo é o mundo pequeno que um dia ou outro se vê grande.

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terça-feira, julho 13, 2010



Por mais simples que possa parecer minha tímida corridinha, ela me fez lembrar o consagrado slogan: JUST DO IT

domingo, julho 11, 2010

Pinacoteca de São Bernardo

Um pouco mal localizado, de carro erramos uma vez, rua escura;
Lugar pra estacionar, segurança;
Prédio bonito - antigo fórum disseram- muito espaço pra pouca coisa que acontecia lá;
Uma esposição de fotos, programação de filme e era sexta a noite e meia dúzia de pessoas no salão;
Sala de projeção com boas poltronas, palco simples sem cortina, som alto mas com eco;
Fime ótimo, Walter Sales, angústia, impotência, inversão;
Discussão sobre o filme, discussão sobre a vida, açaí e conclusões (não necessariamente nessa ordem), ótima companhia.

Feliz revolução de 32.

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quarta-feira, julho 07, 2010

O Paint novo faz coisas incríveis!

ORGULHO DE MIM

Hoje deixei um carro entrar no estacionamento antes de mim.
Pouco?
já era mais de 7 horas da noite
saí antes das 7 da manhã de casa
saí do trabalho com dor de cabeça
estou de TPM
foi mais de uma hora no trânsito de sp
não comi nenhum chocolate hoje
não tomo mais café

Acreditam que eu nem conheço ela e ela veio me agradecer?
Orgulho de mim sim!

terça-feira, julho 06, 2010

LÓGICA

O meu raciocínio é:
Se Brasil perdeu pra Holanda e
se Holanda perde,
portanto o Brasil é muito ruim por que perdeu até da Holanda

Agora,
Se Brasil perdeu pra Holanda e
se Holanda ganha de todo mundo
portanto o Brasil não tá tão ruim assim

Não entendo por que todo mundo ficou triste hoje
Montagem para esse blog em 2003

segunda-feira, julho 05, 2010

O que veio antes: assitir filme na paulista ou escrever no blog?

Iria eu assitir mil filmes na paulista se não tivesse um blog pa comentar? Mas iria eu ter um blog se não fosse na Paulista assitir filmes?

Essa foi a vez do filme australiano, francês inglês "Brilho de uma paixão" (bright star), de nome brega e história comum. Filme de época, regado a poesias traduzidas ao pé da letra e cujo o fim li na própria resenha da programação do cinema (Reserva cultural, cuidado!).

E foi esse filme, com todos esses adjetivos que me fez chorar como nunca tinha chorado em uma sala de cinema. Que molhou meu rosto inteiro, me inchou os olhos e que me deixou com dor de cabeça de segurar os soluços.

E não é brincadeira. Sofri.

Talvez tenha sido a tpm, talvez teha sido pq não tinha ninguém sentado do meu lado (menos vergonha) e talvez até por que sentei bem pertinho da tela e entrei no filme (Tchibummm!).

Template novo

Tão bucólico esse tamplete novo
flores.. flores...
borboleta...

e algo me diz que irei escrever sobre carro,
trânsito,
fumaça,
chão de pedra.

Posso dizer então que estou entrando em forma, por que o template novo é por si só uma poesia.
Passo atrás para dar dois a frente

Não é a primeira vez que concluo que eu era uma pessoa melhor quando escrevia no meu blog.
Quero voltar à sensibilidade escrita.
Quero um dia voltar à ver Bia de hoje.