domingo, agosto 29, 2010

 Demeu

E ninguém parecia lembrar que a umidade em São Paulo tava quase negativa, que tava sol demais e pode dar câncer de pele ou que é bom ficar na cama até mais tarde no sábado.
Estavam todos lá, a cidade inteira de São Paulo dentro de um parque. Árvores secas sob a grama marrom gritavam a todos que faltava água naquela manhã, mas não adiantava: logo a frente uma árvore transbordando de pata de vaca anulava a mensagem da vizinha.




-A senhora por favor tem horas?
-São 10:15- Respondi
E ele agradeceu e lá ficou. Tal era a tranquilidade que nem se fosse 10 horas da noite se levantava daquele banco.



Nehuma bola, nenhum avião, nenhum catavento sequer esqueceu de ir ao parque aquele dia. A paisagem estava completa.




Não importava o que acontecesse, não havia desculpa que convencesse todo mundo a não aproveitar o dia.

Nem a neve...
 E nem a neblina...

Estavam todos a procura de um piquenique,
de um livro,
de uma corrida,
de uma bicicleta,
de um museu,
de um açaí,
de uma música,

de um desafio...

de si mesmo...

Enfim, de um dia pra chamar Demeu.

4 comentários:

Luiza disse...

Adorei, Bia!
Caprichou,hein!O mais legal foi o desfecho!

bj

Anónimo disse...

Que graça e que sensibilidade. Um beijo no coração
Natalia

Babi. disse...

Também quero um dia igual ao SEU pra chamar DEMEU!

Anónimo disse...

Isso é muito bonito, Béa.